Escola que formou gerações de atores se aproxima das celebrações dos 70 anos.
Ernesto Piccolo participou de live sobre os 70 anos do Tablado com Cacá Mourthé, sobrinha de Maria Clara Machado.
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POR QUE A SOCIEDADE AINDA SE CHOCA QUANDO IDOSOS FALAM SOBRE AFETO, DESEJO E SEXO? PRECONCEITO OU MEDO DE ENCARAR UM TEMA TÃO DELICADO? A PEÇA “SÓ ACABA QUANDO TERMINA – CRÔNICAS DO DESEJO NA VELHICE” ESTREIA DIA 19 DE OUTUBRO NA PLATAFORMA ZOOM.
Neste mês de outubro estreia virtualmente a peça "Só Acaba Quando Termina – Crônicas do Desejo na Velhice" de Tania Celidonio, com direção de Marcos França e com os atores Roberto Frota, Anja Bittencourt e Vanja Freitas. O link para o zoom do espetáculo vai estar disponível a partir de 15 de outubro no hotsite da peça: https://soacabaquandotermina.carrd.co
Quantas pessoas se recusam a admitir que idosos também sentem desejo e fazem sexo? O argumento é sempre o mesmo: pais ou avós não fazem mais “esse tipo de coisa”. E se fizerem são tachados de senis. Para muitos jovens as pessoas mais velhas devem ficar em casa de chinelo assistindo TV. Erotismo? Só no cinema.
A escritora francesa Simone de Beauvoir fez um alerta no livro A Velhice, de 1970: “se os velhos manifestam os mesmos desejos, os mesmos sentimentos, as mesmas reivindicações que os jovens, eles escandalizam”. É como se idosos não tivessem o direito de sentir paixão ou ciúme. E ainda fossem obrigados a dar exemplo de virtude e bom comportamento. “Antes de tudo, exige-se deles a serenidade; afirma-se que possuem essa serenidade, o que autoriza o desinteresse por sua infelicidade”, afirma a escritora.
“Já vi esse filme e não gostei”, comenta a autora Tania Celidonio. “E é contra esse estado de coisas que estamos levantando a poeira da velhice”. Nas janelinhas do Zoom duas atrizes (Anja Bittencourt e Vanja Freitas) e um ator (Roberto Frota) expõem a força e a fragilidade da velhice diante de uma sociedade obcecada por corpos jovens e com um olhar preconceituoso sobre a sexualidade dos idosos. “A peça parte do desejo e do sexo para falar sobre como a sociedade e nós mesmos encaramos a velhice”, explica o diretor Marcos França. “O sexo é um estopim, um mote para discutir outras ideias sobre o envelhecimento”, conclui.
Em 2017 e 2018, a jornalista Tania Celidonio fez uma pesquisa pela internet com 250 idosos sobre a importância do sexo e do desejo para uma geração que foi jovem nos anos 1960 e 1970 e envelhece nestes primeiros anos do século 21. Os depoimentos deram origem ao livro Mistérios da Libido na Velhice (Amazon), uma amostra significativa do que acontece na realidade e no imaginário de pessoas maduras que raramente falam ou são ouvidas sobre desejo, afeto e sexualidade.
A partir dos depoimentos que recebeu Tania escreveu a peça "SÓ ACABA QUANDO TERMINA – Crônicas do Desejo na Velhice", que estreia dia 19 de outubro, às 21 horas na plataforma Zoom, ficando em cartaz até o dia 9 de novembro, sempre às segundas-feiras.
Em cena, os três atores falam sobre amor, desejo e sexo com naturalidade, mesmo quando abordam temas mais cabeludos como masturbação, ciúme, tesão ou falta de tesão, impotência, orgasmo e as dificuldades para namorar e transar depois dos 60". "Precisamos combater o preconceito e a invisibilidade da velhice. Já sabemos que as dúvidas e a falta de serenidade vão nos acompanhar até o último suspiro”, diz Tania.
DIREÇÃO - MARCOS FRANÇA é diretor teatral, ator, produtor cultural e dramaturgo. Realizou os espetáculos musicais AQUARELAS DO ARY (2007/2008); AI, QUE SAUDADES DO LAGO! (2006) e A NOITE É UMA CRIANÇA (2004), sempre com foco em compositores nacionais. Em 2017 escreveu (com Hugo Sukman) e dirigiu DEIXA A DOR POR MINHA CONTA – UM MUSICAL SOBRE A OBRA DE SIDNEY MILLER. Em 2018 encenou COM AMOR, VINICIUS, com direção de Ana Paula Abreu. Em 2019 dirigiu o espetáculo E SE MUDÁSSEMOS DE ASSUNTO? de Renata Mizrahi. Em 2020 dirigiu VIRA VIRA VOLTA, infantil de Renata Mizrahi.
TEXTO - TANIA CELIDONIO é jornalista e roteirista desde 1977. Trabalhou como repórter e editora nas TVs Cultura e Record, e nas rádios Globo e Eldorado, em São Paulo. Dirigiu e roteirizou programas e documentários para emissoras e produtoras de audiovisual de São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2018 publicou o livro digital Mistérios da Libido na Velhice, resultado de uma pesquisa realizada com 250 pessoas em 2017 e 2018. Agora, em 2020, é a autora do espetáculo Só Acaba Quando Termina – Crônicas do Desejo na Velhice, direção de Marcos França.